Estudos realizados pela empresa de consultoria Roland Berger,
intitulado Green Technologies, indica que as empresas investiriam mais de 2,5%
de seu orçamento em sustentabilidade se tivessem acesso a informações e
tecnologias adequadas.
Chegamos a
essa situação de busca da sustentabilidade empresarial depois que as empresas,
que na sua grande maioria adotavam inicialmente uma postura resistente às
mudanças, passaram na década de 1980 a considerar em diferentes níveis e formas
os aspectos sociais e ambientais dos negócios. Portanto, isso não aconteceu de
maneira homogênea entre setores da economia e nas diferentes partes do mundo.
Na verdade,
essa mudança está em curso, sendo que algumas empresas ainda estão na fase de
adaptação resistente, não fazendo além da obrigação e não enxergando a vantagem
competitiva que a adoção de práticas de responsabilidade social e ambiental
pode propiciar. Por outro lado, algumas organizações já consideram o conceito
de sustentabilidade indispensável para a viabilidade e o sucesso comercial de
longo prazo, conciliando estratégias que garantem o desempenho ideal
relacionado aos negócios, à sociedade e ao meio ambiente.
Pesquisa
realizada pelo Grupo Aberdeen em 2009 e apresentada no documento The Roi of
Sustainability: Making the Business Case trata da sustentabilidade na estratégia
corporativa e destaca as melhores empresas, utilizando critérios básicos de
desempenho. A pesquisa mostrou que, por um lado, a sustentabilidade determina a
estratégia total de menos de 20% das organizações; por outro, em 41% das
melhores empresas de cada setor as sustentabilidade direciona a maior parte da
estratégia corporativa.
Empresas
com desempenhos ambientais superior aparecem como “melhores do setor”,
mostrando redução das emissões de carbono, de custos energéticos, de custos com
papel, por exemplo. As que mais se destacaram, no respectivo setor, conseguiram
alcançar uma redução de 6% a 10% em vários custos, ao mesmo tempo em que
avançaram na retenção de seus clientes. Os resultados da pesquisa mostram que
as empresas com os melhores desempenhos apresentam características em comum.
- Têm uma probabilidade 52% maior de incorporar métricas
de sustentabilidade no gerenciamento de desempenho da cadeia de valor;
- 74% têm uma política de sustentabilidade que abrange
toda a organização, comparadas a 58% de todas as outras.
Na busca
pelo desenvolvimento econômico e social, as questões ambientais estão no cerne
do conceito de sustentabilidade e as empresas, em todo o mundo, vêm passando
por mudanças causadas pela necessidade de globalização, inovação tecnológica e
ampliação da responsabilidade das organizações. Em uma empresa sustentável, a
cultura organizacional está focada na geração de riqueza desde que seja social
e ambientalmente responsável.
Além da pressão exercida pela
sociedade e por ações governamentais, verifica-se uma alta coincidência entre
problemas ambientais e problemas financeiros, que se reúnem como deficiências
na gestão da empresa. Hoje, uma boa gestão dos negócios tem forte relação com o
adequado tratamento às questões ambientais, que é componente do diferencial competitivo da
empresa, seja na conquista de novos mercados, seja na manutenção daqueles já
conquistados, evitando barreiras não tarifárias.
Esse
aspecto é de grande importância para o agronegócio brasileiro, por isso é
premente sabermos como o desempenho ambiental tem sido tratado e como tem
repercutido na sustentabilidade das empresas do setor.