terça-feira, 19 de junho de 2012

Desempenho ambiental e sustentabilidade empresarial

Por Claudio Spadotto - Revista Visão Ambiental - Ano 3 edição Março/Abril



Estudos realizados pela empresa de consultoria Roland Berger, intitulado Green Technologies, indica que as empresas investiriam mais de 2,5% de seu orçamento em sustentabilidade se tivessem acesso a informações e tecnologias adequadas.
     Chegamos a essa situação de busca da sustentabilidade empresarial depois que as empresas, que na sua grande maioria adotavam inicialmente uma postura resistente às mudanças, passaram na década de 1980 a considerar em diferentes níveis e formas os aspectos sociais e ambientais dos negócios. Portanto, isso não aconteceu de maneira homogênea entre setores da economia e nas diferentes partes do mundo.
     Na verdade, essa mudança está em curso, sendo que algumas empresas ainda estão na fase de adaptação resistente, não fazendo além da obrigação e não enxergando a vantagem competitiva que a adoção de práticas de responsabilidade social e ambiental pode propiciar. Por outro lado, algumas organizações já consideram o conceito de sustentabilidade indispensável para a viabilidade e o sucesso comercial de longo prazo, conciliando estratégias que garantem o desempenho ideal relacionado aos negócios, à sociedade e ao meio ambiente.
     Pesquisa realizada pelo Grupo Aberdeen em 2009 e apresentada no documento The Roi of Sustainability: Making the Business Case trata da sustentabilidade na estratégia corporativa e destaca as melhores empresas, utilizando critérios básicos de desempenho. A pesquisa mostrou que, por um lado, a sustentabilidade determina a estratégia total de menos de 20% das organizações; por outro, em 41% das melhores empresas de cada setor as sustentabilidade direciona a maior parte da estratégia corporativa.
     Empresas com desempenhos ambientais superior aparecem como “melhores do setor”, mostrando redução das emissões de carbono, de custos energéticos, de custos com papel, por exemplo. As que mais se destacaram, no respectivo setor, conseguiram alcançar uma redução de 6% a 10% em vários custos, ao mesmo tempo em que avançaram na retenção de seus clientes. Os resultados da pesquisa mostram que as empresas com os melhores desempenhos apresentam características em comum.

- Têm uma probabilidade 52% maior de incorporar métricas de sustentabilidade no gerenciamento de desempenho da cadeia de valor;

- 74% têm uma política de sustentabilidade que abrange toda a organização, comparadas a 58% de todas as outras.

     Na busca pelo desenvolvimento econômico e social, as questões ambientais estão no cerne do conceito de sustentabilidade e as empresas, em todo o mundo, vêm passando por mudanças causadas pela necessidade de globalização, inovação tecnológica e ampliação da responsabilidade das organizações. Em uma empresa sustentável, a cultura organizacional está focada na geração de riqueza desde que seja social e ambientalmente responsável.
     Além da pressão exercida pela sociedade e por ações governamentais, verifica-se uma alta coincidência entre problemas ambientais e problemas financeiros, que se reúnem como deficiências na gestão da empresa. Hoje, uma boa gestão dos negócios tem forte relação com o adequado tratamento às questões ambientais, que é componente do diferencial competitivo da empresa, seja na conquista de novos mercados, seja na manutenção daqueles já conquistados, evitando barreiras não tarifárias.
     Esse aspecto é de grande importância para o agronegócio brasileiro, por isso é premente sabermos como o desempenho ambiental tem sido tratado e como tem repercutido na sustentabilidade das empresas do setor.

terça-feira, 5 de junho de 2012

05 de Junho dia Mundial do Meio Ambiente e Ecologia


Em meio a tantas ameaças aos ecossistemas, como poluição, desmatamento, perda da biodiversidade, problemas urbanos e sociais hoje esta data não cabe comemoração, mas sim reflexão.
A data comemorativa foi proposta pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em homenagem ao primeiro grande encontro internacional dedicado à temática ambiental, a Conferência de Estocolmo, de 1972.

Água: Se não racionalizar vai faltar

Dos exíguos 2,5% de água doce existentes no mundo, apenas 0,4% estão disponíveis em rios, lagos e aqüíferos subterrâneos, a terra possui cerca de 1,39 bilhões de km 3 de água, distribuídos em mares, lagos , rios aqüíferos, gelo, neve e vapor. A situação tende a piorar, com o desmatamento, a poluição ambiental e as alterações climáticas dela decorrente. Estima-se que será reduzido em um terço o total de água doce disponível no mundo. Enquanto isso, ações que poderiam reduzir o desperdício desse líquido cada vez mais raro e, portanto, precioso, demoram a ser tomadas pelas diferentes esferas governamentais.

Ações globais e estruturais, como a irrigação por gotejamento, em vez da usual por aspersão, e o incentivo à implantação de programas de uso racional da água economizariam milhões de metros cúbicos, evitando assim a necessidade de novos reservatórios de água, caros e que prejudicam o meio ambiente, ao derrubar matas ciliares com o alagamento.

Futuro

A Constituição Federal, ao consagrar o Meio Ambiente ecologicamente equilibrado como um direito do cidadão, estabelecer vínculo entre qualidade ambiental e cidadania. Para garantir a efetividade desse direito, a Carta Magna determina como uma das obrigações do Poder Pública a promoção da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública.

Se hoje não tivermos uma postura e uma consciência ambiental, reparando os danos causados ao meio ambiente e evitando novos desastres ecológicos, a continuidade e a qualidade de vida estarão comprometidas. Este sim seria o maior erro que a humanidade poderia cometer contra ela própria.

Podemos, cada um de nós, fazer a nossa parte para a preservação das condições mínimas de vida na Terra, hoje e no futuro, ou seja, investir mais naquilo que temos de valioso, que á nossa inteligência, para aprender a consumir menos o que mais precisamos economizar: os recursos naturais. E é sempre bom lembrar que o Brasil, identificado como um dos nove países-chaves para sustentabilidade do planeta, já é considerado uma superpotência ambiental!